21/06/2012
Categoria não abre mão da pauta de reivindicações e vai ampliar o movimento para obrigar o governo do Estado a negociar
Escrito por: CUT-MG
Os servidores e servidoras da saúde de Minas Gerais aprovaram a
continuidade da greve por tempo indeterminado em assembleia geral
estadual realizada nesta quarta-feira (20) no pátio da Assembleia
Legislativa (ALMG). Os trabalhadores e trabalhadoras exigem reajuste de
65%, o mesmo índice concedido aos médicos, para todos, revisão do plano
de carreira, pagamento de direitos trabalhistas a quem tem direito,
melhores condições de trabalho, investimento na saúde de 12% do
orçamento conforme determina a Constituição e redução da jornada de
trabalho para 30 horas semanais para todos sem redução de salário.
Participaram da assembleia a presidenta da CUT-MG, Beatriz Cerqueira;
do secretário-geral Jairo Nogueira; e o secretário de Comunicação da
Central no Estado, Neemias Rodrigues. Os trabalhadores e trabalhadoras
da saúde também contam com a solidariedade dos sindicatos da base
CUTista, dos movimentos sociais e dos deputados da bancada de oposição
ao governo do Estado.
A categoria também aprovou uma vigília até as 17h desta quarta-feira na
Assembleia Legislativa, pois havia a possibilidade de uma reunião com a
secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena. O
encontro estava sendo intermediado pelo líder do governo na Assembleia,
Bonifácio Mourão, a pedido de uma comissão composta pelo comando de
greve do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde/MG),
dirigentes da CUT-MG e deputados do bloco de oposição. Os servidores e
servidoras também aprovaram manifestação em frente ao Hospital de
Pronto-Socorro João XXIII, nesta quinta-feira (21), e nova assembleia
estadual às 10h desta sexta-feira (22) no pátio da ALMG.
Segundo Renato Barros, diretor do Sind-Saúde/MG, na reunião realizada
na terça-feira (19), na Cidade Administrativa, o governo do Estado não
apresentou proposta concreta. “O governo nos mostrou uma nota em que
acenava com alguns benefícios, uma proposta muito tímida, desde que a
categoria suspendesse a greve. Não é uma proposta e sim uma imposição do
governo”, disse Renato Barros.
O governo do Estado admitia, no texto, aumento da gratificação
complementar (GC) concedida a auxiliares de apoio, técnico operacional,
enfermeiros e analistas de gestão e assistência à saúde da Fhemig de
20,7% para 30% a partir de agosto deste ano; para 40% em 2013 e 50%, em
2014. O documento também acena com pagamento dos dias parados, aumento
em 330% a base de cálculo da insalubridade, ou seja, a base de cálculo
passará de R$ 200,00 para R$ 660,00. Além disso, adicional noturno de
20% sobre o valor da hora noturna para todos os servidores do Sistema de
Saúde que fazem jus a esses direitos. Outro benefício é o aumento em
50% do valor do adicional de emergência. Durante a assembleia, os
servidores e servidoras decidiram não abriram mão da pauta de
reivindicações e votaram pela manutenção da paralisação.
Para a presidenta da CUT-MG, Beatriz Cerqueira, os servidores e
servidoras da saúde precisam não apenas continuar em greve mais ampliar
no movimento. “Vocês não fizeram greve para discutir corte de ponto.
Fizeram greve não apenas por salário, mas por melhores condições de
trabalho. Vocês precisam ampliar o movimento, senão não vai haver
negociação. O documento que o governo apresentou tem muito mais
marketing do que propostas concretas. O governo tentou mostrar que é
bonzinho e que quer negociar. Tenta mostrar para a sociedade que os
trabalhadores é que são intransigentes. O governo mente, não houve
negociação até agora. O momento é de ampliar e fortalecer a greve desde o
início, e aproveitar que a paralisação tem sido pautada pela mídia. O
governo vai tentar desgastar o movimento e por isso ele tem que ser
forte desde o início. Vocês que estão nesta assembleia precisam
convencer seus companheiros que ainda estão trabalhando a aderir e
fortalecer a greve”, afirmou Beatriz Cerqueira.
A presidenta da CUT-MG cobrou novamente uma atitude dos deputados
estaduais sobre os movimentos da classe trabalhadora em Minas Gerais.
“Os deputados precisam dizer com quem estão comprometidos. Não podem se
omitir diante dos desmandos do governo do Estado. A CUT vai denunciar à
OIT as práticas antissindicais do governo do Estado, que trata os
trabalhadores da Cemig com demissões e educadores com processos
administrativos. Os trabalhadores e trabalhadoras da saúde devem ficar
firmes. Acompanho a saúde por afinidade de militância e nunca vi uma
greve tão organizada e tão bem coordenada. Não desistam, não pereçam,
não transijam. A CUT estará junto com vocês em todos os processos e em
todos os momentos.”
A paralisação, que começou na última quinta-feira (14) cresceu na
última semana, com a adesão de servidores e servidoras de cidades como
Barbacena, Juiz de Fora e Patos de Minas. Com a paralisação das
atividades, todas as 22 unidades da Fhemig estão operando em escala
mínima. Trabalhadores e trabalhadoras da Funed, Hemominas, Secretaria de
Saúde, Escola de Saúde Pública e Unimontes realizarão assembleias ainda
essa semana e devem aderir à greve.
Pauta trancada
O deputado estadual Rogério Correia (PT) anunciou, durante a assembleia
dos servidores e servidoras da saúde, que a bancada de oposição
iniciaria na tarde desta quarta-feira (14) um processo de obstrução dos
trabalhos da Assembleia Legislativa para pressionar o governo do Estado a
negociar com a categoria e a rever as demissões na Cemig.
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