Categorias em processo de negociação e em greve recebem apoio da base CUTista, de outras centrais e dos movimentos sociais
Bancários,
educadores, eletricitários, metalúrgicos, trabalhadores e trabalhadoras
da saúde, do setor de água e saneamento, petroleiros, auditores fiscais
da Fazenda do Estado, representantes dos movimentos sociais e de outras
centrais participaram na tarde desta quarta-feira (26), na Praça Sete,
Região Central de Belo Horizonte, em ato público conjunto organizado
pela Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT-MG). Com a
manifestação, realizada em frente à Agência Seculus da Caixa, a Central
uniu categorias que estão em processo de negociação ou em movimentos
grevistas e fortaleceu a luta da classe trabalhadora em Minas Gerais,
com a solidariedade dos movimentos sociais e populares.
A presidenta da CUT-MG, Beatriz Cerqueira, que
coordenou o ato, a união e a mobilização são fundamentais para que as
categorias garantam conquistas nas campanhas salariais e nas outras
lutas neste segundo semestre. “Trabalhadores e trabalhadores sabem quem
estão enfrentando. Educadores e os servidores da saúde do Estado
estiveram na Cidade Administrativa nesta manhã e foram recebidos pelo
Batalhão de Choque, pela Rotam e todo um aparato repressivo. Quando os
trabalhadores vão à sede do governo, a polícia aparece. Ela não aparece
para garantir a segurança da população. Os metalúrgicos estão em
campanha salarial há dois meses e não receberam uma proposta digna.
Eletricitários e trabalhadores da Copasa também não. Os petroleiros
fazem greve de advertência nesta quarta-feira, enquanto bancários e os
Correios estão paralisados. Todos lutam pelos mesmos objetivos: melhores
salários, por condições dignas de trabalho. Por isso, só a união e
solidariedade da classe trabalhadora vai fortalecer a luta e garantir
mais conquistas e o respeito aos direitos dos trabalhadores e
trabalhadoras. E a CUT cumpre seu papel de aglutinar forças para levar
as categorias às vitórias”, disse Beatriz Cerqueira.
Representando os bancários, cuja greve nacional
completou oito dias nesta quarta-feira, o secretário de Comunicação da
CUT-MG, Neemias Rodrigues, desejou a todas as categorias representadas
no ato público “muita força na luta”. “Todos nós, trabalhadores e
trabalhadoras, estamos sempre lutando e fazendo o enfrentamento com o
patronato. E, para que os banqueiros negociassem e apresentassem uma
contraproposta, nós, bancários, tivemos que fazer uma greve que chega
nesta quarta-feira ao oitavo dia.”
Jefferson Leandro Teixeira da Silva, do Sindieletro-MG,
ressaltou a luta dos eletricitários contra a repressão, as práticas
antissindicais, o assédio moral, a precarização e a terceirização que
provoca uma morte a cada 45 dias na Cemig. “A empresa demitiu quatro
trabalhadores, três integrantes da Cipa e um dirigente sindical.
Conseguimos reverter as demissões, mas a Cemig recorreu e dois
companheiros perderam novamente o emprego. A falta de respeito quanto
aos direitos é absurda. Somos obrigados a colocar a garantia de emprego
em convenções, quando a Cemig deveria fazer concurso público”, denuncia
Jefferson Leandro.
José Wagner Moraes de Oliveira, presidente Federação
Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT), avaliou que os trabalhadores correm
risco com a política de redução de impostos e desoneração da folha de
pagamento pelo governo federal. “As montadoras se beneficiam da redução
de impostos, mas alguém vai pagar a conta. E se não der certo esta
política? Mesmo com essas vantagens, as empresas continuam
intransigentes na negociação com os trabalhadores. Os metalúrgicos
entregaram a pauta em junho e até hoje não receberam uma proposta
digna.”
Reginaldo Tomaz de Jesus, secretário de Administração e
Finanças da CUT-MG e da direção do Sind-Saúde/MG, elogiou a presença de
várias categorias no ato. “A união da classe trabalhadora é essencial
em Minas Gerais, onde não se respira liberdade. Os servidores e
servidoras da saúde, juntamente com os educadores, foram recebidos na
Cidade Administrativa pelo maior aparato repressivo da história. Mas
isso não vai nos impedir de lutar.”
Shakespeare Martins de Jesus, da Executiva Nacional da CUT, saudou os
bancários e os trabalhadores e trabalhadoras dos Correios pelas
paralisações. “Se os patrões não atendem as nossas reivindicações, o
caminho é a greve. Os bancários estão de parabéns por enfrentar
justamente o poder econômico.”
Acúmulo de forças
José
Maria dos Santos, secretário de Meio Ambiente da CUT-MG e presidente do
Sindágua-MG, também enalteceu a luta dos bancários. “Quero parabenizar a
todos por este ato que vai ficar na história de Minas Gerais. E dar
também os parabéns aos bancários, que fecharam Santander, Bradesco,
Itaú, demonstrando combatividade e ousadia.” Para José Maria, o ato
potencializou a luta da classe trabalhadora em Minas Gerais.
“Trabalhadores e trabalhadoras estão dando o recado: não vão admitir o
sucateamento da saúde, da educação, do saneamento, da segurança pública.
O Sindágua está junto com vocês em todas as lutas.”
Para Silvio Netto, do MST, a manifestação desta
quarta-feira consolidou a união dos movimentos sindical e social pela
derrota do projeto neoliberal em Minas Gerais. “Na manifestação desta
manhã no palácio do Anastasia tinha mais polícia que trabalhador. Para
nós do MST, isso é um mérito. O governo percebeu que os trabalhadores
vão fazer a luta para arrancá-lo de lá. A CUT, o Sind-UTE, o Sind-Saúde,
demais sindicatos e os movimentos sociais vão acumular forças para
continuar combatendo o projeto neoliberal, para que ele acabe em Minas e
nunca mais volte ao governo federal. A luta está na reforma agrária,
mas o MST se solidariza com os trabalhadores da cidade.”
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