07/09/2012
A
presidenta da CUT/MG e coordenadora do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira,
na concentração do Grito dos Excluídos e das Excluídas na Praça da
Estação
CUT/MG, sindicatos da base CUTista, movimentos sociais e lideranças
políticas se unem para protestar na Região Central da capital mineira.
Escrito por: Rogério Hilário
Fotografias: Taís Ferreira
Mais
de 3,5 mil pessoas, entre dirigentes e militantes dos movimentos
sociais, da CUT, das demais centrais e lideranças políticas participaram
na manhã desta sexta-feira (7) da 18ª edição dos Gritos dos Excluídos e
das Excluídas em Belo Horizonte. Com o tema “Queremos um Estado a serviço da Nação, que garanta direitos a toda população”,
a manifestação começou com concentração na Praça da Estação, na Região
Central da capital mineira, e, após passeata pela rua Guaicurus, avenida
Santos Dumont e a rua dos Caetés, foi encerrada, por volta do meio-dia,
com ato público na Praça Sete.
Depois de muitos anos,
as entidades que organizaram o protesto construíram um manifesto
conjunto que vai ser entregue a deputados federais e senadores por
Minas, deputados estaduais, vereadores e candidatos às eleições.
Para
Frederico Santana, um dos organizadores do Grito dos Excluídos e das
Excluídas, neste ano a manifestação teve uma representação maior das
entidades e organizações. “Os grupos de capoeira, de circo e de cultura
popular contribuíram para dar maior visibilidade ao Grito. Outro aspecto
positivo foi o público que, segundo estimativa da Polícia Militar,
ultrapassou 3,5 mil pessoas.”
Em sua fala, a
presidenta da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais e
coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, lembrou que o
Grito dos Excluídos e Excluídas era a segunda grande manifestação da CUT
em menos de uma semana. “Na quarta-feira, estivemos em Brasília para a
6ª Marcha Nacional pela Defesa e a Promoção da Educação Pública. Mais
de 10 mil pessoas foram dar o recado da CUT ao governo federal. Não
queremos parcerias público-privadas, queremos 10% do PIB para a educação
e para a saúde, exigimos respeito aos direitos e às reivindicações dos
servidores públicos federais”, disse Beatriz Cerqueira.
“Em
Minas Gerais, o que vemos é a falta de políticas públicas para a
educação, a saúde, os jovens estão morrendo. O governo do Estado não
dialoga com os trabalhadores e trabalhadoras. A intransigência do
governo ficou evidenciada na greve de 112 dias da educação, no ano
passado, e na paralisação na saúde neste ano. E o governo se recusa a
cumprir a lei e a pagar o piso nacional salarial da educação. Não
podemos também aceitar a criminalização dos movimentos sociais e do
movimento sindical. A classe trabalhadora é tratada com a polícia, cães e
spray de pimenta”,acrescentou a presidenta da CUT/MG.
Beatriz
Cerqueira ressaltou a importância do Grito dos Excluídos e das
Excluídas. “O Grito consegue aglutinar uma diversidade de movimentos e é
fundamental para as lutas das organizações sociais e populares. A
CUT/MG faz questão de participar com toda sua direção e seus sindicatos.
É uma manifestação que contrapõe o desfile na Avenida Afonso Pena, que é
uma herança da ditadura militar. Em Belo Horizonte, o Grito dos
Excluídos e das Excluídas tem um significado muito especial, pois a
cidade está cheia de ocupações, por não existir políticas públicas para a
moradia e há muitas crianças sem escola”, completou.
Para
o secretário-geral da CUT/MG e coordenador do Sindieletro-MG, Jairo
Nogueira Filho, a Cemig é um dos maiores exemplos de exclusão. “Os mais
beneficiados pela Cemig são os grandes industriais e os acionistas. A
companhia anunciou um lucro de R$ 13 bilhões e nada deste dinheiro foi
revertido para os consumidores ou a população, apesar de a Cemig
oferecer a energia mais cara do país. Quantas escolas, quantas casas,
quantos hospitais não poderiam ser construídos com este dinheiro. Água e
energia não são mercadoria”, protestou Jairo Nogueira.
Bruno
Pedralva, do Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), fez a
defesa da saúde pública e condenou as privatizações. “A saúde é luta e
em Belo Horizonte quem está bem de saúde são as empresas. A prefeitura
quer privatizar postos de saúde.”
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